Desde que o movimento Bean to Bar surgiu, na Califórnia, em meados do ano 2000, muito já se ouviu falar de chocolates Bean to Bar. Também este conceito vem sendo usado de várias formas de acordo com o interesse de cada empresa ou fabricante.
O que escrevo abaixo é meu entendimento sobre este processo, tendo em mente o conceito “raiz” do Bean to Bar. Ou melhor, sobre o que eu entendo como conceito “raiz”. Bean to Bar ,traduzindo de forma bem literal, significa do grão à barra. Ou melhor, os chocolates Bean to Bar são feitos da amêndoa de cacau até a barra de chocolate por um mesmo fabricante. Talvez você esteja se perguntando: “_ Mas não é assim que todos os chocolates são feitos?”
Não, não são! A grande maioria dos chocolates que conhecemos, são produzidos a partir da massa de cacau ou do cacau em pó. Explicando melhor: Uma grande indústria moageira, compra cacau do mundo inteiro, faz a torra destas amêndoas e depois transforma este cacau numa massa, numa pasta de cacau( também conhecida como liquor de cacau). Os fabricantes compram esta massa e depois produzem seus chocolates de acordo com sua receita. Esta indústria costuma comprar cacau do mundo inteiro. Compram o cacau comum, o cacau commodity e não há uma preocupação em relação ao tipo de cacau, origem ou sua qualidade. Leia mais sobre o cacau brasileiro clicando aqui .
Todo o Processo nas Mãos de Um Só Fabricante
Para a produção de chocolates Bean to Bar artesanal, o fabricante escolhe o cacau que vai usar para a produção do seu chocolate. Muitas vezes conhece pessoalmente o fazendeiro e a fazenda onde este cacau é cultivado. Só usa na produção de seus chocolates os melhores grãos, ou seja, o cacau fino. Frutos colhidos no momento certo de maturação, fermentados e secos com controle de temperatura e umidade. Para ter este cacau de qualidade, o fabricante vai pagar um valor bem acima do preço de mercado do cacau comum. Já na fábrica de chocolates, este cacau vai ser torrado, depois descascado e só aí vai para a máquina onde, junto com outros ingredientes, vai se transformar num chocolate de alto padrão de qualidade.
No Bean to Bar artesanal, todo o processo é acompanhado pelo mesmo fabricante, ou chocolateiro. Isto é, não há terceirização de nenhum dos processos envolvendo a fabricação do chocolate. 
Sem Mão de Obra Escrava e Trabalho Infantil Sabendo disso, quem consome um chocolate Bean to Bar artesanal, sabe que está consumindo um chocolate de qualidade superior e que está contribuindo com toda uma cadeia de comércio justo, onde todos os envolvidos recebem um pagamento digno. Dentro do conceito Bean to Bar, só se usa cacau livre de mão de obra escrava e de trabalho infantil. Os demais insumos usados para a fabricação do chocolate, como açúcar e leite, por exemplo, também são sempre de qualidade superior. Enfim, a lista de ingredientes do chocolate Bean to Bar é sempre muito pequena e com itens que conseguimos entender com facilidade.
O fabricante costuma respeitar o sabor original do cacau que usa em suas composições e por isso o sabor pode variar em cada lote, pois vai depender da safra daquele cacau. Este cuidado é muito semelhante aos cafés e vinhos especiais.
Alguns chocolateiros também produzem chocolates varietais, usando somente uma variedade de cacau na produção de seus chocolates. Leia mais sobre chocolates varietais clicando aqui.
Curiosidade: Quando o produtor do chocolate é também o proprietário da fazenda, ou melhor, o produtor de cacau, dá-se o nome de Tree to Bar, isto é, da árvore à barra.
Sabendo de tudo isso agora, faça escolhas mais conscientes na compra de seus próximos chocolatinhos!
